Nokia x Apple
A Nokia Corp. e a Apple Inc. anunciaram ontem o fechamento de um acordo de licenciamento que encerra todos os processos de patentes entre as duas empresas, pondo fim a uma longa batalha judicial entre duas gigantes mundiais de telefonia celular.
A Apple, que fabrica o iPhone e o iPad, entre outros aparelhos portáteis, fará um pagamento não recorrente à Nokia e continuará pagando royalties no decorrer do acordo, informou a Nokia. Ela não quis revelar detalhes financeiros. A Nokia informou que o acordo provavelmente vai melhorar as previsões da fabricante finlandesa de celular para o segundo trimestre, recentemente rebaixadas.
"Estamos felizes de conseguir incluir a Apple no número crescente de licenciados da Nokia", disse o diretor-presidente da Nokia, Stephen Elop, num comunicado por escrito, acrescentando que o acordo "nos permitirá concentrar em novas oportunidades de licenciamento no mercado de telecomunicação móvel".
A Nokia e a Apple brigavam desde o fim de 2009, quando a Nokia começou a exigir royalties depois de alegar que o iPhone tinha violado dez patentes suas, a que se seguiram novas alegações da empresa finlandesa sobre o iPad. A empresa americana abriu seu próprio processo contra a Nokia e, em março, a Nokia prestou mais uma queixa na Comissão Internacional de Comércio dos Estados Unidos, acusando a Apple de violar patentes "em praticamente todos os seus produtos". A queixa mais recente elevou para 46 o número de patentes que a Nokia alegou terem sido violadas pela Apple. Além de duas queixas à comissão, a Nokia também abriu processos sobre as mesmas patentes no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha.
As patentes em questão abrangem uma variedade de tecnologias e recursos de celulares, como a navegação com toque e iluminação da tela, disse o porta-voz da Nokia, Mark Durant, acrescentando que a empresa gastou 43 bilhões de euros (US$ 62 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento nas últimas décadas para construir seu variado portfólio de patentes.
"Estamos felizes em deixar isso para trás e voltar a nos concentrar em nossos respectivos negócios", disse o porta-voz da Apple na Europa Alan Hely. "A Apple e a Nokia concordaram em retirar todos os atuais processos e fechar um acordo de licenciamento cobrindo algumas das patentes das empresas, mas não a maioria das inovações que tornam o iPhone tão único."
Os processos ressaltam a importância do lucrativo e dinâmico mercado de smartphones. Empresas como a Apple e a Nokia dependem cada vez mais de processos de violação de patente para conter o crescimento da concorrência e garantir sua fatia nas vendas mundiais crescentes dos aparelhos. A Apple, por exemplo, também está envolvida em batalhas judiciais com empresas como a HTC Corp., a Motorola Mobility Holdings Inc. e a Samsung Electronics Corp., entre outras, sobre produtos como smartphones e software. A previsão é que o mercado de smartphones cresça 49% em 2011, para pelo menos 450 milhões de unidades, uma expansão mais de quatro vezes mais veloz que o mercado geral de celular, segundo a firma de pesquisa de mercado IDC.
O analista Jari Honko, do Swedbank, disse que o vasto portfólio de patentes dá à Nokia uma ferramenta poderosa para buscar comissões de outros fabricantes de aparelhos, algo que Elop disse este ano que a empresa buscaria mais agressivamente. Ele calculou que o acordo com a Apple pode render à empresa cerca de 500 milhões de euros. "Os investidores devem esperar um impacto bem significativo", disse Honko. "Estamos falando de centenas de milhões."
O acordo sobre as patentes pode ter consequências importantes para o sistema operacional do Google Inc., o Android, e para os fabricantes que o usam, disse Florian Müller, um consultor de propriedade intelectual em Starnberg, Alemanha. O motivo é que as tecnologias do Android e da Apple são parecidas, o que sugere que o Android pode também conter algumas das mesmas tecnologias em questão. Na maioria das vezes é o fabricante do aparelho que é o réu nesses casos, acrescentou.
"É uma conclusão óbvia que a Nokia vai tentar obter royalties do Android. É o próximo passo mais óbvio para eles", disse Müller.
O atual acordo é uma notícia bem-vinda para a Nokia, depois que a empresa admitiu mês passado que luta para concorrer nos mercados mais importantes contra smartphones com o Android e que sua principal divisão, a de celular, pode não ter lucro no segundo trimestre. A Nokia anunciou em fevereiro uma parceria com a Microsoft Corp. para usar o software Windows Phone, e deve lançar no quarto trimestre seu primeiro smartphone nessa plataforma.
A ação da Nokia subiu 1,6% em Helsinque ontem.
A Apple, que fabrica o iPhone e o iPad, entre outros aparelhos portáteis, fará um pagamento não recorrente à Nokia e continuará pagando royalties no decorrer do acordo, informou a Nokia. Ela não quis revelar detalhes financeiros. A Nokia informou que o acordo provavelmente vai melhorar as previsões da fabricante finlandesa de celular para o segundo trimestre, recentemente rebaixadas.
"Estamos felizes de conseguir incluir a Apple no número crescente de licenciados da Nokia", disse o diretor-presidente da Nokia, Stephen Elop, num comunicado por escrito, acrescentando que o acordo "nos permitirá concentrar em novas oportunidades de licenciamento no mercado de telecomunicação móvel".
A Nokia e a Apple brigavam desde o fim de 2009, quando a Nokia começou a exigir royalties depois de alegar que o iPhone tinha violado dez patentes suas, a que se seguiram novas alegações da empresa finlandesa sobre o iPad. A empresa americana abriu seu próprio processo contra a Nokia e, em março, a Nokia prestou mais uma queixa na Comissão Internacional de Comércio dos Estados Unidos, acusando a Apple de violar patentes "em praticamente todos os seus produtos". A queixa mais recente elevou para 46 o número de patentes que a Nokia alegou terem sido violadas pela Apple. Além de duas queixas à comissão, a Nokia também abriu processos sobre as mesmas patentes no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha.
As patentes em questão abrangem uma variedade de tecnologias e recursos de celulares, como a navegação com toque e iluminação da tela, disse o porta-voz da Nokia, Mark Durant, acrescentando que a empresa gastou 43 bilhões de euros (US$ 62 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento nas últimas décadas para construir seu variado portfólio de patentes.
"Estamos felizes em deixar isso para trás e voltar a nos concentrar em nossos respectivos negócios", disse o porta-voz da Apple na Europa Alan Hely. "A Apple e a Nokia concordaram em retirar todos os atuais processos e fechar um acordo de licenciamento cobrindo algumas das patentes das empresas, mas não a maioria das inovações que tornam o iPhone tão único."
Os processos ressaltam a importância do lucrativo e dinâmico mercado de smartphones. Empresas como a Apple e a Nokia dependem cada vez mais de processos de violação de patente para conter o crescimento da concorrência e garantir sua fatia nas vendas mundiais crescentes dos aparelhos. A Apple, por exemplo, também está envolvida em batalhas judiciais com empresas como a HTC Corp., a Motorola Mobility Holdings Inc. e a Samsung Electronics Corp., entre outras, sobre produtos como smartphones e software. A previsão é que o mercado de smartphones cresça 49% em 2011, para pelo menos 450 milhões de unidades, uma expansão mais de quatro vezes mais veloz que o mercado geral de celular, segundo a firma de pesquisa de mercado IDC.
O analista Jari Honko, do Swedbank, disse que o vasto portfólio de patentes dá à Nokia uma ferramenta poderosa para buscar comissões de outros fabricantes de aparelhos, algo que Elop disse este ano que a empresa buscaria mais agressivamente. Ele calculou que o acordo com a Apple pode render à empresa cerca de 500 milhões de euros. "Os investidores devem esperar um impacto bem significativo", disse Honko. "Estamos falando de centenas de milhões."
O acordo sobre as patentes pode ter consequências importantes para o sistema operacional do Google Inc., o Android, e para os fabricantes que o usam, disse Florian Müller, um consultor de propriedade intelectual em Starnberg, Alemanha. O motivo é que as tecnologias do Android e da Apple são parecidas, o que sugere que o Android pode também conter algumas das mesmas tecnologias em questão. Na maioria das vezes é o fabricante do aparelho que é o réu nesses casos, acrescentou.
"É uma conclusão óbvia que a Nokia vai tentar obter royalties do Android. É o próximo passo mais óbvio para eles", disse Müller.
O atual acordo é uma notícia bem-vinda para a Nokia, depois que a empresa admitiu mês passado que luta para concorrer nos mercados mais importantes contra smartphones com o Android e que sua principal divisão, a de celular, pode não ter lucro no segundo trimestre. A Nokia anunciou em fevereiro uma parceria com a Microsoft Corp. para usar o software Windows Phone, e deve lançar no quarto trimestre seu primeiro smartphone nessa plataforma.
A ação da Nokia subiu 1,6% em Helsinque ontem.
Fonte WSJ
Postado pelo Léo Symbian às 02:47h do dia 19/06/2011
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